Já no final do séc. 19, o movimento simbolista propunha que o artista voltasse suas atenções para os significados das figuras, das formas, das cores. O artista Giorgio De Chirico (1888-1978) estuda uma temporada na Academia de Belas Artes de Munique, onde estuda a obra de Arnold Böcklin (1827-1901), um dos expoentes da pintura simbolista.
A primeira obra é de Böcklin. Representa uma cena do episódio mitológico em que Ulisses está preso na ilha da ninfa Calipso, que se apaixona por ele e não o deixa ir embora. Ulisses é representado de costas e se resume a uma silhueta, assemelhando-se a uma estátua, tal é a ausência de traços e de movimento na sua figura.
O cenário da ilha é inóspito, deserto, o que acentua a atmosfera de meditação que vem da pose de Ulisses. A mitologia grega também era bem presente na obra de De Chirico, não apenas pela herança da tradição clássica na arte, mas também porque foi onde ele nasceu e passou a primeira infância (nasceu em Vólos, de pais italianos).
Vinte anos depois, De Chirico resgata a Grécia na segunda obra, “O enigma do oráculo”. A escultura, porém, é apenas um fragmento que observa a cidade de Atenas enquanto, no ambiente interior, outra escultura aparece parcialmente, coberta por uma cortina. O tema do enigma tornou-se fundamental para a Pintura Metafísica, a partir das leituras de Nietzsche.
Vamos falar sobre essa origem da Pintura Metafísica no curso História da Arte Moderna Italiana que vai acontecer on-line no Circolo Italiano de São Paulo nos meses de abril e maio. Saiba mais.
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