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Exposição Antonio Bandeira, no MAM SP

O motivo para ir ver Antonio Bandeira no MAM são… as próprias obras do Antonio Bandeira, que oferecem um espetáculo para os sentidos!

Antonio Bandeira foi um artista cearense que começou como autodidata, foi para o Rio de Janeiro e logo conseguiu uma bolsa para estudar em Paris. Lá ele conheceu os artistas Wols (Otto Battman) e Camille Bryen, com quem formou o grupo Banbryols (iniciais dos três nomes) e começou a atuar nessa tendência a que podemos chamar de uma vertente da Arte Informal.

O Informalismo se opunha ao abstracionismo geométrico que ganhara força no final da década de 1940, de natureza racional e científica. Os artistas que seguiram esse caminho privilegiam a intuição artística, a subjetividade, a gestualidade na pintura.

Esse nome, “Arte Informal”, se refere a uma arte “sem forma”, isto é, que não se prende às regras do desenho. Essas nomenclaturas eram um terreno de disputa entre os críticos que analisavam a produção artística daquele momento e tentavam identificar e definir uma nova vanguarda. Alguns tentaram dar outros nomes que dessem conta dessa multiplicidade de manifestações abstratas, como abstração lírica, pintura matéria, tachismo e novo expressionismo.

Por essa e outras razões, não vale a pena prender-se a nomes e rótulos: as obras do Bandeira são um espetáculo de cores e formas. São consideradas abstratas, mas o ponto de partida do Bandeira é a natureza e o mundo ao seu redor e ele acaba colocando um pedaço no mundo no seu emaranhado de formas que, porém, não é casual: há uma estrutura, muitas vezes visível, nas composições, como nessa espécie de grade que é bem recorrente. As pinceladas são gestuais, mas as composições são meditadas, o que torna a arte do Bandeira muito peculiar.

O observador ainda um pouco dependente de definições pode recorrer ao título da obra, no qual o artista dá a indicação do tema. Por isso, para aproveitar uma melhor a experiência desse contato com a obra, tente primeiro observar a tela com atenção, ver o que você enxerga, antes de ir olhar o título na plaquinha. É esse jogo de observar a obra, tentar senti-la, entendê-la, descobrir do que se trata e tornar a observá-la que constitui a relação que se estabelece entre o observador e o artista, na qual a obra é o meio.

Talvez por ter feito noa parte da sua carreira em Paris, e certamente por ter ficado à margem de regionalismos de estilos ou dos programas estéticos em voga na crítica de arte brasileira, Antonio Bandeira acabou não ganhando muito destaque na narrativa mais conhecida da história da arte no Brasil e não sendo tão conhecido pelo grande público. Mas, entre idas e vindas nos ambientes brasileiro e francês, participou de importantes eventos artísticos tanto por aqui quanto por lá.

Então, dê-se esse presente! Vá ver a exposição do Bandeira no MAM de coração aberto e encarando cada obra como se fosse uma pessoa diferente que tem algo particular a dizer.

Galeria de imagens

Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM
Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n°.
Terça a domingo, 10h às 17h.
Grátis às terças.
www.mam.org.br
Até 1 de março de 2020.

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